"Mas a vida segue. O tempo cura. A fila anda."
Todos esses clichês não existem à toa. Pense num amor
do passado que certa vez amanheceu se despedindo sem motivo. Você achou que a
sua vida amorosa se encerrava ali, mas ele também passou. Você conheceu mais
uma centena de caras. Alguns pra uma noite, outros pra namorar, pra casar, pra
desfilar, pra se embriagar. Outros só pra sexo. O que importa é que você pouco a pouco foi esvaziando o coração,
liberando espaço para outros entrarem.
Não amamos apenas uma pessoa durante a
vida.
A regra imposta aos nossos avós e pais perdeu a validade. Vivemos uma
transição no modelo de relacionamento, que ainda não sei bem onde vai desaguar.
Nem se vai se estabelecer algum outro padrão de união. Só nos resta aproveitar.
Repare que aquele moço, que sempre te cumprimenta no corredor do trabalho, tem
uma barbinha mal feita do jeito que você gosta. Aquele cara, que lê seu blog, é
muito interessante pra ficar só na virtualidade. O segredo é olhar pros lados,
em vez do passado. Descanse o coração. Deixe ele chorar sozinho, se for o caso.
Seque a tristeza e arranje outro. Uma hora, o antigo amor fica tão distante que
você não vai nem entender porque sofreu tanto. Fazer a donzela e achar que o
último cara é o único e grande amor da sua vida só vai te trancar em casa de
sábado a noite. O próximo também pode ser. E o que vier depois dele. E o outro.
E o outro. E o outro…
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